08 junho, 2011

Ei, eu aqui...

Vim me ver, você não vê?
E já que ninguém veio, eu vim
Quase um ano depois de que parece que morri
Hei de tirar meu pó
Hei de abrir minha janela
Lá é o mesmo sol que há
Mas então por onde andei?
Será que fui eu que me perdi?
Ou apenas adormeci sobre uma foto velha de mim?
Tem um certo sabor rever as coisas
Haverá alguma latinha de lubrificante por aí
Mas eu gosto dos barulhos
Desses que me acordam do sonho
Dos que não me deixam dormir
Dos que me confundem e... acho que olham por mim...
Mas é tão bom voltar pra aqui
Ver tudo intacto, tudo ainda tão meu
Parece que a esperar por mim
Quantas coisas defendi sem ao menos saber
Se eram minhas ou utopias
Tudo foi-se... foice
O mesmo que extirpa, limpa
Dá outra chance pra começar
É uma nova estação
Recomeçar...
Tudo sempre de novo e quantas vezes eu voltar
É bom voltar
Como é bom saber que tudo é meu
Que ninguém mexeu
E que não haveria razão de existir se não fosse por mim
Vou ficar um pouco por aqui
Enquanto houver uma fruta no pé
E um pouco de água de rio
Ali na rede, a minha, não a do peixe
Creio que se eu quiser posso falar sem parar
Nem precisa ter nexo o que eu digo
Só porque aqui eu sou livre
Esse aqui é o meu lugar
Fique aí se quiser
Só não roube meu silêncio
Nem a paz do meu sorriso